Aprodução do papel está entre as atividades humanas mais impactantes do planeta.
O consumo mundial de papel cresceu mais de seis vezes desde a metade do século XX. E nesta escalada de consumo, cresce também o volume de lixo, que é o grande problema em todos os centros urbanos.
Os países europeus transferiram grande parte de sua indústria de produção de polpa de papel para os países periféricos, onde existe a fragilidade das leis ambientais e a necessidade de gerar divisas.Esses países depois ficam com o ônus da produção, já que exportam a polpa de papel para os países centrais, que desta forma ficam livres dos efeitos danosos da produção.
Hoje no Brasil, 100% da produção de papel e celulose utiliza matéria-prima proveniente de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (85%) e pinus (15%). Mas já foi diferente, muita floresta nativa foi consumida para a produção de papel.
O avanço desses plantios comerciais tem crescido muito nos últimos anos para produção de polpa de papel, com conseqüente redução da biodiversidade e alto consumo de água. Cada árvore consome cerca de 35 mil litros de água por ano.
Para produzir 1 tonelada de papel são necessárias 2 a 3 toneladas de madeira, uma grande quantidade de água (mais do que qualquer outra atividade industrial) e muita energia - está em quinto lugar na lista das que mais consomem energia. O uso de produtos químicos altamente tóxicos na separação e no branqueamento da celulose também representa um sério risco para a saúde humana e para o meio ambiente, comprometendo a qualidade da água, do solo e dos alimentos.
O processo de fabricação e seus impactos
Até pouco tempo, o branqueamento era feito com cloro elementar, que foi substituído pelo dióxido de cloro para minimizar a formação de dioxinas (compostos organoclorados resultantes da associação de matéria orgânica e cloro). Embora essa mudança tenha ajudado a reduzir a contaminação, ela não elimina completamente as dioxinas. Esses compostos, classificados pela EPA, a agência ambiental norte-americana, como o mais potente cancerígeno já testado em laboratórios, também estão associados a várias doenças do sistema endócrino, reprodutivo, nervoso e imunológico.
Mesmo com o tratamento de efluentes na fábrica, as dioxinas permanecem e são lançadas nos rios, contaminando a água, o solo e consequentemente a vegetação e os animais (inclusive os que são usados para consumo humano). No organismo dos animais e do homem, as dioxinas têm efeito cumulativo, ou seja, não são eliminadas e vão se armazenando nos tecidos gordurosos do corpo.
A Europa já aboliu completamente o cloro na fabricação do papel. Lá o branqueamento é feito com oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio, processo conhecido como total chlorine free (TCF). Já nos Estados Unidos e no Brasil, o dióxido de cloro continua sendo usado.
Papel Certificado
O papel certificado é um grande avanço na redução do alto impacto que esta atividade produz, pois estabelece princípios e critérios que apelam para proteção e preservação da biodiversidade e para o desenvolvimento das comunidades locais, alem de utilizar pasta de papel isenta de cloro em suas operações de produção.
Desta forma, o papel certificado tem vantagens enormes sobre o papel branco, não certificado, mas não sobre o reciclado.
O papel reciclado não necessita de novo plantio ou derrubada de árvores, portanto ele tem vantagens sobre o papel branco de origem certificada, que necessitará de novos plantios, por melhor que sejam as prática em seu plantio e processamento.
Cerca de 50kg de papel reciclado evitam o corte de uma árvore e portanto a necessidade de novas áreas para o plantio, que poderiam estar sendo utilizadas para a produção de alimento ou manutenção de floresta nativa e para o seqüestro de carbono atmosférico.
O consumo de água no processo de reciclagem também é 50% menor.
Reciclagem
No Brasil, apenas 37% do papel produzido vai para a reciclagem. De todo o papel reciclado, 80% é destinado à confecção de embalagens, 18% para papéis sanitários e apenas 2% para impressão.
O atual desafio é aumentar a produção e construir um mercado mais competitivo para os reciclados. Porém, o setor esbarra na precariedade do sistema de coleta seletiva ou na completa inexistência dele na maior parte do país.
Faltam também leis, a exemplo do que ocorre em alguns países europeus, que responsabilizem os fabricantes e comerciantes pela coleta e reciclagem de embalagens, jornais, revistas e outros materiais pós-consumo.
Outro ponto a observar é que a reciclagem também é uma indústria que consome energia e polui. Por isso, se o que almejamos é uma produção sustentável, capaz de garantir os recursos naturais necessários para a atual e as futuras gerações, o melhor a fazer é reduzir o consumo e começar a exigir que as empresas adotem medidas mais eficazes de proteção ambiental. Como consumidores, esse é papel de cidadão que podemos adotar.
Para minimizar os danos, consumidores precisam rever seus hábitos e exigir mudanças no modo de produção.
Consumo responsável
Uma pesquisa do Instituto Akatu revelou que 74% dos brasileiros querem comprar produtos que não degradem o meio ambiente
Atitudes pró ativas
-Reduza o uso de papel (e de madeira) o máximo possível.
-Evite comprar produtos com excesso de embalagem
-Ao imprimir ou escrever, utilize os dois lados do papel.
-Revise textos na tela do computador e só imprima se for realmente necessário.
-Dê preferência a produtos reciclados ou aqueles que trazem o selo de certificação do FSC.
-Evite consumir papel cujo branqueamento seja feito com cloro o hidróxido de cloro (ligue para o SAC das empresas e exija que elas adotem uma produção mais limpa e com controle de efluentes).
-Use filtros, guardanapos e toalhas de pano em vez dos de papel.
-Recuse folhetos de propaganda que não sejam de seu interesse.
-Separe o lixo doméstico e doe os materiais recicláveis para as cooperativas de catadores (80% do papel que consumimos é na forma de embalagens).
-Organize-se junto a outros consumidores para apoiar ações sócio ambientais e pressionar o governo a fiscalizar empresas, criar leis de proteção ambiental e programas de incentivo à produção limpa.
Portanto, o uso de papel certificado deve substituir o uso do papel branco comum, mas não o reciclado. Papel reciclado não vem diretamente da floresta, vem de outro papel que um dia já foi árvore
O objetivo da promoção do uso do papel certificado FSC é o de reduzir e até eliminar os processos destrutivos da produção de celulose predominante. Mas em nenhum momento deve-se abandonar a reciclagem de papel.
fonte:www.agsolve.com.br/noticia.
Achei este post muito completo e super útil. Adoro papel reciclado, acho bonito.
ResponderExcluirBjs!
Maria Alice
É tem papéis reciclados maravilhosos.
ResponderExcluirBjs
acho legal essa ideia de reciclagem porque ajuda o meio ambiente.
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